Por Renato Vargens
Eleito em votação promovida pela FIFA na Internet como o melhor jogador de Brasil 3x1 Costa do Marfim, o atacante Luís Fabiano admitiu toque de braço no segundo gol que marcou na partida, mas disse que o mesmo foi involuntário. Provocado pelo repórter com o apelido dado ao gol de Maradona pela Argentina em 1986, ele declarou que o tento também teve a "mão de Deus".
"Uma mão involuntária, uma mão santa, uma mão de Deus. Mas, como foi involuntária, valeu a pintura do gol", disse o atacante do Sevilla, da Espanha, que no segundo tempo deu dois chapéus em três jogadores antes de chutar com o pé esquerdo. A bola tocou no braço do brasileiro quando foi ao alto e antes de vir ao chão.
Pois é, milhões de pessoas em todo planeta viram que o gol de Luiz Fabiano foi irregular. Entretanto, a população brasileira juntamente com a imprensa tupiniquim celebraram a irregularidade do gol, brincando jocosamente com a desgraça do time cabo-marfinense. Ora, é claro, que se o inverso tivesse acontecido, e o Brasil em vez de privilegiado tivesse sido vítima do erro do árbitro, haveria um chororô só, onde reclamações, injúrias e blasfêmias teriam sido proferidas.
Lamentavelmente o povo brasileiro gosta mesmo é de levar vantagem, e isto se percebe nitidamente no comportamento do cidadão brasileiro que canta hits celebrando a malandragem. Como dizia Bezerra da Silva Malandro é malandro, mané é mané.
A canção em questão me fez lembrar uma propaganda vieculada em rede de televisão na década de 70, na qual o ex-jogador da seleção brasileira, Gérson era o protagonista. A propaganda dizia que certa marca de cigarro era vantajosa por ser melhor e mais barata que as outras, e no final Gérson dizia:"Você também gosta de levar vantagem em tudo, certo?”
O jargão usado na época se transformou então naquilo que hoje denominamos de lei de Gerson, a qual passou a funcionar como mais um elemento na definição da identidade nacional e o símbolo mais explícito da nossa ética ou falta dela.
Infelizmente nossa sociedade encontra-se tão adoecida, que para atingir os seus objetivos se faz "qualquer negócio" Na verdade, parece que vivemos debaixo de uma síndrome, onde o que é importa é prevalecer sobre o outro, independente de que pra isso precisemos atropelar conceitos, princípios e vidas.
Caro leitor, como cristãos somos desafiados a não vivermos segundo as regras deste sistema. De maneira alguma podemos permitir que valores antiéticos e amorais conduzam nossas vidas.
Na perspectiva bíblica jamais nos será permitido negociarmos o inegociável, nem tampouco, instrumentalizarmos as pessoas com vistas ao nosso sucesso pessoal. Os pressupostos do reino nos motivam a vivermos uma vida justa, reta e equânime, onde nem sempre venceremos.
Pense nisso!
Renato Vargens via Portal UMP
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