segunda-feira, 22 de novembro de 2010

E a polêmica continua: Mackenzie e Homofobia

Foto: pastor e chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie Augustus Nicodemus Lopes desencadea nova polêmica sobre homossexualidade e homofobia. Grupos LGBT organizam protestos em frente á instituição.




Esta semana o debate sobre o tema da homossexualidade voltou a ser pautado pela mídia impressa, televisiva e virtual. Um verdadeiro turbilhão de comentários criticando o pronunciamento do doutor Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em seu artigo, Augustus critica o Projeto de Lei 122/06, que pretende criminalizar certas atitudes e opiniões com respeito aos homossexuais. Segundo o reverendo presbiteriano, a lei “parte do princípio que toda manifestação contrária ao homossexualismo é homofóbica (...) uma lei dessa natureza maximiza direitos a um determinado grupo de cidadãos, ao mesmo tempo em que minimiza, atrofia e falece direitos e princípios já determinados principalmente pela Carta Magna e pela Declaração Universal de Direitos Humanos”. Curioso é o fato de que o artigo foi redigido e publicado pela primeira vez em 2007, mas só agora os grupos LGBT se sentiram incomodados por seu conteúdo.

Alguns minutos depois da publicação do texto no site da Mackenzie, uma onda de protestos se levantou entre as redes sociais. A comunidade Gay, bem como simpatizantes do movimento, consideraram o artigo preconceituoso, e a pressão foi tão grande que a Mackenzie foi forçada a retirar o artigo do ar e emitir uma breve nota de esclarecimento. Não há na nota um pedido de desculpas oficial, mas sim uma defesa da liberdade de opinião, afirmando em outras palavras, que tanto gays quanto heterossexuais, bem como representantes de diversas opiniões e credos tem amplo direito de se expressar:

“O Mackenzie se posiciona contra qualquer tipo de violência e descriminação feitas ao ser humano, como também se posiciona contra qualquer tentativa de se tolher a liberdade de consciência e de expressão garantidas pela Constituição"


Insatisfeitos com a retirada do texto polêmico, ativistas LGBT marcaram um protesto em frente à sede do Mackenzie em São Paulo, que deve acontecer no próximo dia 24. Poucas horas depois do convite feito no Facebook, mais de 1900 pessoas confirmaram presença.

Se por um lado a liderança homossexual começa a se articular, por outro lado os evangélicos continuam fazendo pronunciamentos, muitos dos quais são bastante veementes. O ativista pró-familia Julio Severo criticou a postura tomada pelo movimento gay: “os homofascistas nunca trocariam o Mackenzie por uma mesquita como alvo de suas reais manifestações de ódio. Eles tremeriam de medo só de pensar em fazer um protesto na frente da Embaixada do Irã, país que tradicionalmente mata homossexuais!”. Segundo Julio, os homossexuais se aproveitam da passividade dos cristãos.

O pastor Renato Vargens, líder da Igreja Cristã da Aliança em Niterói, antecipou a série de eventos recordando momentos históricos em que a perseguição aos evangélicos foi mais intensa. Sobre o PLC 122/06, ele declara: “Os cristãos evangélicos correm o risco de sofrerem novas perseguições substanciais em virtude do projeto de lei 122 que tramita na Congresso Nacional que se aprovado irá criminalizar àqueles que manifestam suas opiniões religiosas contrárias ao casamento gay”. Ele também diz que “a fé protestante não defende a homofobia. Na verdade, nós cristãos-evangélicos somos contrários a todo tipo de violência física (…) Todavia, acreditamos também que possuímos o direito irrevogável e constitucional de expor publicamente nossa fé conforme claramente afirma a nossa carta magna

Apesar das discrepâncias teológicas, católicos e evangélicos concordam na questão homossexual. Sobre isso, vale a pena rever o vídeo do padre Jose Antonio, da Canção Nova, que foi censurado no Youtube por ocasião das eleições:


O blogueiro, advogado e antropólogo Valmir Milhomen faz uma analise jurídica do caso Mackenzie:

“A Mackenzie é uma IES (Instituição de Ensino Superior) de caráter confessional: É dizer: o seu ensino é realizado em sintonia com sua cosmovisão cristã. A nota divulgada em seu site (volto a dizer: desde 2007) faz parte da confissão de fé da sua mantenedora. Tanto é assim que a sua visão, conforme consta no site, é: “Ser reconhecida pela sociedade como instituição confessional presbiteriana, filantrópica e de perfil comunitário, que se dedica às ciências divinas e humanas; caracterizando-se pela busca contínua da excelência em ensino, pesquisa e extensão; primando pela formação integral do ser humano, em ambiente de fé cristã reformada (…) a confessionalidade possui fundamento legal. A lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, em seu artigo 20 dispõe que as instituições privadas de ensino poderão se enquadrar na categoria de confessionais, que atende a orientação confessional e ideologia específicas”


Na verdade, o pronunciamento do reverendo Augustus Nicodemus parece ter sido a desculpa ideal para trazer de volta a discussão que dominou o segundo turno das eleições presidenciais, uma vez que a presidente eleita fez um “compromisso” com os religiosos do país através da Carta ao Povo de Deus. Se os religiosos foram preponderantes durante as eleições, tudo indica que após as mesmas tudo voltará a ser como era antes: Grupos LGBT se passando por vítimas e impondo uma ideologia política revanchista, na qual o pensamento cristão sofre forte discriminação, sendo chamado de retrógrado, antiquado. Aqueles que pedem tolerância, são extremamente intolerantes com aqueles que discordam deles.

Que Deus, em Cristo, nos conceda misericórdia e graça para manter o diálogo com os grupos homossexuais, sem contudo, abrir mao das verdades inegociáveis da Palavra de Deus.
 
Fonte: Púlpito Cristão via Portal UMP Lagarto

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