segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Eram os apóstolos ricos?

Por Renato Vargens

Os defensores da teologia da prosperidade advogam a causa de que a prosperidade e as riquezas são caracteristicas inquestionáveis àqueles que seguem a Cristo. Para estes, o fato do cristão não experimentar prosperidade em sua vida aponta de forma exclusiva para a ausência da bênção de Deus.  Segundo os adeptos desta funesta teologia, o sinal de que a graça do Senhor está sobre o crente é a sua prosperidade. Nesta perspectiva, quanto mais rico, mais abençoado, ou quanto mais abençoado, mais rico.

Pois é, fico a pensar como seria se Pedro, Paulo e Tiago e os demais apóstolos vivessem entre os apóstolos do século XXI. Possivelmente seriam estigmatizados, desqualificados e repudiados por sua incapacidade em realizar ou decretar atos sobrenaturais de fé, como também confrontados pelos profetas da confissão positiva pelo fato de terem fracassado financeiramente.

Caro leitor, por favor, pare, pense e responda: Por acaso eram os apóstolos ricos? Possuíam eles as riquezas deste mundo? Advogaram o ensino de que todo discipulo de Cristo deve ser rico? Ora, se fosse realmente verdade o que ouvimos e lemos dos bispos, apóstolos, paipostolos e mercadores da fé que Deus quer que os seus filhos tenham sucesso e riquezas, então porque Ele não fez que Jesus nascesse numa família extremamente rica? Porque então Ele não escolheu doze apóstolos milionários, ou pelo menos não lhes conferiu riquezas? Não seria muito mais fácil conquistar o mundo assim?

Caro leitor, vamos combinar uma coisa? Os apóstolos modernos fundamentam suas doutrinas em pressupostos absolutamente anti-bliblicos. Para justificarem seus gastos pomposos, afirmam que Jesus era rico, que suas roupas eram nobres, que o burrinho usado na entrada de Jerusalém era novo, e que tinha muito dinheiro na bolsa do tesoureiro.

Infelizmente diferentemente dos apóstolos do primeiro século estes falsos profetas gloriam-se de suas megas igrejas, de suas riquezas, sucessos e popularidade. Lamentavelmente essa corja religiosa se comporta como celebridades desfilando por esse "Brasil de meu Deus" com seus carros blindados, cercados de seguranças, pregando um evangelho absolutamente mercantilista.

Pois é meus amados irmãos, dias complicados os nossos! Diante do exposto acredito piamente que os conceitos pregados pelos reformadores precisam ser resgatados e proclamados a quantos pudermos. Sem sombra de dúvidas necessitamos desesperadamente de uma nova reforma, por que caso contrário a vaca vai para o brejo.

Soli Deo Gloria,

Renato Vargens

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3 comentários:

  1. Em outras palavras "O Evangelho de Gi$u$" $$$$$....post esclarecedor..muito bom... teologia da prosperidade... é como se Deus tivesse obrigação de me abençoar putzzz... Se Deus nos desse realmente oq merecemos, seria a morte e a Cruz .. mas q maravilha de ele ser tão bom e misericordioso...

    Solus Christus!!!!

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  2. "...estes falsos profetas gloriam-se de suas megas igrejas, de suas riquezas, sucessos e popularidade." Me fez lembrar de uma passagem onde conta-se que Tomás de Aquino ao visitar o Papa Inocêncio IV, este, depois de lhe haver mostrado toda a fabulosa riqueza do Vaticano, disse, fazendo alusão às palavras de Pedro ao coxo da porta Formosa (Atos 3:6):
    - Vês, Tomás? A Igreja não pode mais dizer como nos primeiros dias: "Não tenho prata nem ouro..."

    - É verdade - confirmou Tomás - Mas também não pode mais dizer ao coxo: "Levanta-te e anda".

    É..... Jáh Bless!!!

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  3. "São Tomás de Aquino, em visita ao Papa, que após lhe mostrar todos os tesouros do Vaticano granjeados através dos séculos, e comentar: Já não podemos dizer como Pedro e João, não temos prata, nem ouro..., (Aquino) responde ao pontífice: É..., mas também não podemos dizer levanta-te, e anda!'

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